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  • Foto do escritorAlberto Goncalves Neto

As Foodtechs Plant Based estão mais próximas dasgrandes empresas do que você imagina.

Plant Based - O termo plant-based tem em sua origem o ato de consumir alimentos frescos, em sua maior parte derivados de plantas — como vegetais, grãos integrais, castanhas, sementes (de preferência orgânicos) — e pouco ou nenhum alimento de origem animal.


A necessidade de uma melhor alimentação passou a ser uma exigência dos consumidores, principalmente a partir da geração millenial. Essa pressão fez com que a indústria alimentícia buscasse  uma “saída” para oferecer alimentos saudáveis, “pegando emprestado” o termo plant-based e passando a produzir alimentos processados como substitutos da carne, leite e derivados, e até embutidos como salsichas. A partir daí, o crescimento deste mercado se mostrou ser exponencial.


Hoje, em maio de 2020, os alimentos plant-based crescem mundialmente tanto em quantidade quanto em variedade. Antes restrito aos substitutos de carne bovina, atualmente o mercado oferece alternativas a carne de frango, porco, peixe e ovos, que foram desenvolvidas em anos recentes e estão disponíveis nos mercados, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Outros produtos que também crescem assustadoramente são os diversos tipos de leites vegetais e seus derivados, como iogurtes, achocolatados, queijos, entre outros. Não podemos deixar de citar o “ovo” vegano, feito à base de feijão mungo.


Essa produção, no entanto, não está restrita apenas às startups inovadoras e disruptivas, que fazem parte da Vertical FoodTech, mas também a grandes nomes como Tyson, JBS,BRF, Nestlé, Unilever e Cargill, por exemplo.


Alguns questionamentos: por que esses gigantes, que valem alguns bilhões de Dólares/Reais e processam proteína animal, também entraram neste mercado?


Esses que, em apenas um ano, já ampliaram seus portfólios de produtos e avançam rapidamente para outros países — como a JBS, que lançou uma Linha Vegetal, a OZO, nos EUA?


A dificuldade desses gigantes de se movimentarem rumo à inovação faz com que as startups se tornem protagonistas em parcerias estratégicas com as grandes empresas. No mundo, essa união gera excelentes resultados, como a abertura de canais de distribuição e, principalmente, o suporte financeiro que viabiliza projetos ousados das startups.


Um exemplo é o caso da  Tyson Foods, que detinha participação de 6,5% na Beyond Meat quando a mesma  solicitou seu IPO em abril de 2019.


Neste mês de maio, o GFI – The Good Food Institute anunciou que apenas no primeiro trimestre de 2020, 930 milhões de dólares foram investidos em empresas e startups focadas na alimentação plant-based. Para termos uma ideia do crescimento, 824 milhões de dólares foram investidos em empresas de proteínas alternativas só no ano de 2019.


Na Europa e nos EUA, algumas startups foram adquiridas por nomes como Nestlé e Unilever; nos EUA, a Just, que produz o ovo vegano, fechou uma parceria recentemente com a empresa Alemã Emslan Group para ampliar a sua capacidade de produção. A startup também anunciou que está fechando parcerias estratégicas globais para fabricar o Just Egg na América do Norte, Europa, Leste da Ásia e América Latina.


Na América Latina, startups focadas neste segmento cresceram  exponencialmente, como a Fazenda do Futuro — que já está iniciando suas exportações para AL e Europa.


No Brasil, o estreitamento da relação de grandes empresas com startups também está a todo vapor. Recentemente, a Nomoo fechou uma parceria com a Seara (JBS) para fornecer seus queijos plant-based. Este produto fará parte do Escondidinho Plant Based, lançamento da marca Plant Based da Seara (JBS), que leva o nome de “Íncrivel”.


A chilena NotCo também é destaque com seus produtos substitutos do leite, sorvetes, achocolatados e vários tipos de maionese. Até agora, a parceria mais importante para a NotCo foi com a rede Burguer King no Chile, onde ela produz o famoso Rebel Whooper da marca — mas à base de plantas, é claro.


Em São Paulo, a Gerônimo, que produz alimentos plant-based variados, recentemente fechou uma negociação com o gigante GPA e produz 5 tipos desses produtos para a Linha Taeq, como um Veg Burguer de Berinjela com castanha de caju e gergelim.


Já a Beleaf, startup de refeições congeladas feita apenas com ingredientes plant-based, fechou uma parceria com a GRSA, multinacional inglesa que fornece 1% da alimentação fora do lar no mundo. Em breve, o grupo  passará a fornecer produtos diferenciados às unidades que já incluíram a dieta plant-based no dia a dia das refeições de seus colaboradores.


A Pink Farms, primeira fazenda vertical urbana da AL, fechou recentemente uma parceria com o grande grupo Rede Oba, que instalou lâmpadas de cor rosa em seus refrigeradores -expositores, simulando a área de produção da Pink Farms, em suas lojas. 


No Brasil como no mundo existem inúmeros casos das chamadas FoodTechs Plant Based que estão ocupando os seus lugares como protagonistas neste movimento da mudança do hábito alimentar.


Alberto Gonçalves Neto é consultor de empresas, sócio fundador da AGN Consultoria e Negócios, focada em empresas do segmento Plant Based e saudáveis. Mentor da Aceleradora Merkaz, Disseminador do Inovativa Brasil, em 2019 foi co-curador para Vertical Foodtech do maior evento de inovação descentralizado do mundo, o SPTW – São Paulo Tech Week.

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